A música sacra madeirense do século XX foi influenciada pelo motu proprio “Tra le sollecitudini”, um código jurídico com instruções específicas sobre as funções da música no seio das atividades da Igreja.

Na Madeira, esta reforma musical levou a que fosse proibida a maior parte da música interpretada nas Igrejas madeirenses ao longo do século XIX, tendo sido criada uma Comissão Diocesana de Música Sacra com a competência de examinar as músicas a serem cantadas bem como o modo de as executar; inspirou a composição de obras originais e à recuperação do canto gregoriano, que havia sido votado ao abandono séculos antes; suscitou a formação e a publicação de documentação própria e criadas novas obras musicais originais de acordo com os novos preceitos emanados do Vaticano.

Entre as principais personalidades madeirenses envolvidas nesta reforma da música sacra destacam-se os nomes do Monsenhor Manuel Joaquim Paiva, o Pe. José Bebiano da Paixão, o Cónego Fernando Meneses Vaz, o Pe. Sebastião Antero Gonçalves e o Pe. Antonino César Gouveia Valente.

Paulo Esteireiro
Universidade Nova de Lisboa
Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia